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#16 - Março: Tá com saudades de Morena, Ivan e Aleksey? Esse e-mail é para você.

Você pode ler as edições publicadas na tinyletter aqui!

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Nessa newsletter, você encontra:

  1. Uma ilustração linda de Alquimistas;

  2. Conteúdo extra de Alquimistas: Molodezh' (juventude);

  3. Resuminho do mês;

  4. Onde ler minhas obras?

Lembrete: Ao comprar na Amazon com qualquer link dessa newsletter, recebo comissão de venda e você me ajuda a continuar meu trabalho!

A partir dessa newsletter, toda newsletter vai ter uma surpresinha/extra para vocês!

A de hoje é essa ilustração incrível do Dante Luiz, do dia do casamento da Morena e do Ivan que eu me dei de aniversário e virou o fundo do meu celular, com um trechinho sobre como Aleksey ficou amigo dos dois durante a adolescência e o relacionamento deles. Não é necessário ter lido nada previamente.

Com letras douradas em um papel bonito

Eu fiquei apaixonada desde o primeiro esboço que o Dante me enviou!

Apesar de serem de Argon, tanto Morena quanto Ivan tem pais de outros países e cresceram com essa mistura de culturas – e não foi diferente no casamento deles. A roupa que a Morena está usando é inspirada em um Kaftan de casamento otomano (inclusive usado até hoje por algumas noivas) e a do Ivan, é uma mistura de algumas referências de trajes de casamento chinês. O Aleksey está com uma roupa de gala inspirada em trajes de casamento russos!

Como na ocasião da ilustração eles são bem novinhos, ela vem acompanhada de um trechinho de um dos capítulos do Aleksey sobre a adolescência deles:

Molodezh' (trecho sujeito a mudança):

(...) com a intimidade, ele começou a perceber algumas coisas: havia Morena, a namorada de Ivan, e Masha, a sua amiga. As duas não necessariamente eram a mesma pessoa e era curioso observar a transformação que se dava quando voltavam para os dormitórios, quando ela se encontrava com Ivan para o jantar. As risadas que vinham fáceis, as piadas, as trapalhices que ela fazia, os comentários ácidos, todos desapareciam e davam lugar a uma casca de polidez e superioridade que abriam um abismo entre eles. Ela se juntava à Ivan e virava uma pessoa de sorrisos contidos, com um olhar intenso e observador, facilmente entretida em seja lá que assunto eles discutissem tanto. Às vezes se perguntava qual delas era a verdadeira Morena: a que passava os dias com ele, ou a que passava as noites com Ivan?

– Você quer jantar com a gente? – Morena lhe perguntou um dia e Aleksey precisou de tempo demais para entender o que ela queria dizer.

– Quê?

– Sentar na mesa com a gente para jantar – Ela falou, com um sorriso meio tímido, o que era hilário, porque o jantar era a única refeição que não faziam juntos.

– Ah, claro. – Ele falou casualmente, como se seu coração não estivesse acelerado, prestes a sair pela boca, e a seguiu até a mesa de canto onde Ivan os esperava, recostado na parede.

Morena se sentou ao seu lado, enlaçando o braço no dele e Aleksey se acomodou do outro lado, seus joelhos batendo contra os do rapaz sentado à sua frente. Ivan acenou a cabeça para cumprimentá-lo e ele retornou o gesto, escondendo as mãos embaixo da mesa para nenhum dos dois perceber como ele estava tremendo.

Ele era ridículo e patético, que vergonha estar nervoso com algo tão besta. Os próximos minutos foram infinitos, porque Morena tentava desesperadamente preencher os grandes silêncios que ocupavam o espaço entre Aleksey e Ivan e embora Aleksey tentasse continuar a conversa, sempre esbarrava na parede que era Ivan.

– Eu estava falando pra Ivan de como você conseguiu chamar um raio no outro dia – Morena falou, com um tom de súplica na voz, puxando a manga de Ivan. – E como o professor explicou que era dificílimo.

– É, foi meio sem querer. – Aleksey falou, coçando as costas da cabeça. – A gente estava tentando controlar a eletricidade no geral e eu perdi o controle.

– Ah, legal – Ivan comentou e Aleksey o chutou por baixo da mesa, irritado pelas respostas quase monossilábicas.

Isso foi o suficiente para o rapaz à sua frente encará-lo com a testa franzida, igualmente irritado.

– Eu duvido que você consiga fazer algo grande assim sem querer. – Aleksey falou antes de perceber o que saia de sua boca e, como não tinha como voltar, cruzou os braços, numa postura de superioridade.

– É o quê!? – Ivan falou, se inclinando na direção dele e Morena, ao seu lado, pareceu prender a respiração, sem saber qual seria a reação. Então ele retrucou: – Eu nunca faria nada assim sem querer, eu faria porque saberia como fazer e porque sou capaz de fazer.

– Ah, é? – Aleksey provocou novamente. – O que é que você faz na sua aulinha, fica transformando galho de madeira em cadeira e vice e versa? Não parece ser muito diferente do trabalho de um marceneiro, com certeza não dá para fazer nada que saia do controle.

– Você... – Ivan bufou, ficando com o rosto vermelho, seus olhos se estreitando. – Você não faz ideia do que está falando, a transformação não tem nada a ver com isso.

– Então me prova que eu estou errado – Aleksey desafiou, apoiando um cotovelo na mesa. – Mas duvido que consiga.

E Ivan desatou a falar: explicou como funcionavam as transformações de matéria, como tudo era calculado meticulosamente, como seus círculos não eram aleatórios ou malfeitos como os das outras especializações, como era necessária ordem para organizar o caos que era a matéria em estado bruto. Morena pareceu relaxar visivelmente com a tagarelice repentina do namorado e Aleksey começou a entender o porquê quando eles conversavam, ela parecia tão concentrada. Ivan era muito rápido, mas falava com tanta empolgação sobre as coisas que era impossível não se empolgar também.

– Então deixa eu ver se entendi, vocês estudam um monte de números para desenhar no chão e fazer coisas novas de coisas que já existem.

– De uma forma muito grosseira, sim. É isso – Ivan falou, satisfeito.

– Hnmm...

– Ih, lá vem. – Morena comentou e Ivan olhou para ela, confuso. Ela só balançou a cabeça negativamente, suspirando.

– Não era mais fácil só fazer as coisas? Quer dizer, pegar o metal e dobrar em uma faca e tudo o mais. Dá mais trabalho, mas parece um desperdício de magia e de inteligência tudo isso que você explicou. – Aleksey questionou e Ivan arregalou os olhos, olhando para Morena, que não conseguiu se controlar e riu da expressão espantada que ele tinha.

– Você acabou de dizer que o que eu estudo é um desperdício de magia e inteligência? – Ivan falou, a descrença clara na sua voz.

– Sim. – Aleksey falou, apoiando os dois cotovelos na mesa, com um sorriso enigmático.

– O desrespeito! – Ivan exclamou, olhando para Morena, que ainda estava rindo. – Dos dois!

– Bem, ele não tá errado. – Morena falou, com um tom de brincadeira, rindo ainda mais da expressão cada vez mais descrente de Ivan.

– Você senta na minha mesa, faz minha namorada rir da minha cara e ainda me faz questionar toda a minha existência. – Ele falou para Aleksey num tom exasperado completamente teatral, fazendo-o rir também. – Quem te chamou para jantar mesmo?

– Você mesmo! – Morena exclamou.

E aconteceu algo que Aleksey nunca imaginou que veria: Ivan riu. Ele deu uma gargalhada alta, límpida, deliciosa de ouvir, cobrindo a boca para abafar o som. Se virou na direção de Morena, e ela o abraçou, escondendo o rosto dele no seu ombro, enquanto todos eles se sacudiam de rir. Aleksey não conseguiu controlar o seu sorriso quando Ivan finalmente se acalmou e recebeu um sorriso de volta do rapaz, seu coração dando um salto no seu peito ao olhar para o casal à sua frente.

Foi assim que também ficou amigo de Ivan e o entendeu um pouco mais: era um rapaz quieto e concentrado, seu cérebro sempre pensando em mil coisas e mil alternativas ao mesmo tempo. A maior parte das coisas o entediava, mas ele parecia se divertir com todos os desafios estúpidos que Aleksey lhe lançava, com todas as ocasiões em que ele o questionava e o fazia ver que estava sendo ridículo, com o simples fato de que Aleksey não parecia ter medo nem vergonha dele. Descobriu que toda vez que ele se concentrava, um vinco formava entre suas sobrancelhas, e Morena amava beijá-lo ali, que ela amava dançar e ele só tolerava a atividade por sua causa, que ele gostava de deixar bilhetes onde sabia que ela ia achar, com mensagens que Aleksey nunca imaginaria que sairiam de Ivan.

Quando Morena e Ivan se casaram, no verão do ano em que conseguiram a primeira gradação, um pouco antes de entrarem no curso que lhes daria o título de alquimistas, ele estava lá. Quando Ivan surgiu com a ideia do vínculo, ele estava lá. Eles se graduaram juntos, os três se tornando Alquimistas ao mesmo tempo. Quando sua mãe morreu, eles estavam lá. Quando machucou a perna e ficou de cama por semanas seguidas, foi na casa deles que ficou.

Eles eram seus amigos, talvez os únicos, e eles se entendiam muito bem, cada um do seu jeito. Tinha conversas de horas com Morena sobre seu passado, sobre como eles se sentiam, sobre as dificuldades e os medos que tinham quanto ao futuro, sobre as frustrações de serem tão jovens e serem ignorados por todos os outros. E as conversas com Ivan eram tão longas quanto, mas em um nível completamente diferente: Ivan era um caldeirão de ideias e não havia uma vez que não se encontravam em que Aleksey não saía com vontade de se trancar no laboratório no porão da sua casa e só sair quando tivesse alguma descoberta fascinante.

Ivan e Morena eram a única família que tinha e as únicas pessoas em que ele confiava plenamente, as únicas pessoas que sabiam como ele realmente era e não o tomavam pela aparência cuidadosamente planejada que ele vendia para todo o resto. Ele sabia que independente do que acontecesse, ele podia contar com os dois e os dois podiam contar com ele. Embora nunca tivesse deixado de alimentar fantasias, estava completamente satisfeito com as coisas do jeito que estavam.

Até a prova de Alquimista Extraordinária, quando tudo mudou.

Destaques do mês:

  • Leituras: Terminei de ler Gente Ansiosa, do Fredrik Backman, e gostei demais, mas achei a tradução para o português bem truncada. Também li Sea Witch, da Katee Robert, o penúltimo livro da série de Vilões dela, que seria Ursula/Ariel/Eric, e como sempre, ela não decepcionou. A briga dos dois Ivans, do Nikolai Gogól, foi mais uma das novelas russas que eu AMEI, e recomendo demais. Li Como não Ressuscitar uma ex-namorada morta, do Leblon Carter, e achei a ideia bem interessante e como ele inseriu bruxas na história, mas peguei para ler sem saber que era o início de uma série e fiquei bem surpresa com o lugar onde a história acabou, dando uma impressão de que seria mais efetivo lançar a história de uma vez.

  • Assistir: Eu comecei uma série na HBO Max chamada Raised by Wolves que é uma ficção cientifica pós-apocaliptica INCRÍVEL e muito doida. A segunda temporada acabou de terminar de ser lançada! Recomendo demais.

  • Ainda na HBO Max, comecei a ver o Nossa Bandeira é a Morte, série de comédia romântica LGBT+ de piratas produzida pelo Taika Waititi e é isso. É perfeita. Tá ali no mesmo patamar da série de What we do in the shadows.

  • Também vi a nova temporada de Bridgertons, e gostei com algumas (muitas) ressalvas. Desde sábado, quando terminei, já devo ter mandado uns 60 minutos de áudio sobre as escolhas que os roteiristas tomaram AHAHAH.

  • Música: Saiu o album novo do Ghost, o Impera, e eu amei DEMAIS. Amei tanto que uma ideia aqui que estava meio empacada desenrolou de uma vez depois da primeira vez que eu escutei (e eu adicionei uma ideia de livro nesse mundo que é basicamente 'fanfic Leitor/Emeritus IV'). A Florence lançou MAIS músicas novas, incluindo My Love, que é perfeita e coube direitinho com um dos lançamentos que vamos fazer na Noveletter esse ano. O Muse também lançou uma música que foi a pRIMEIRA em uma década que curti muito assim que ouvi - ela se chama Compliance. O Placebo também lançou um álbum novo depois de NOVE ANOS, o Never let me go!

  • Parece que vai ser um ano excelente para música!

  • Novidades: A New Pop finalmente liberou a Pré-venda do primeiro volume de Mo Dao Zu Shi - O Fundador da Cultivação Demoníaca, da MTXT, que originou o drama chinês Os Indomáveis e eu amo demais. O volume na pré-venda da Amazon está por R$ 55,90!

Acho que é isso para hoje! Sem muitas reflexões porque como a gente tem mais certeza de quando a continuação de Tratado... vai sair, achei melhor dar um gostinho para vocês não sofrerem tanto. Mas enfim, quando tiver a data fechadinho aviso para vocês por aqui.

Onde encontrar minhas histórias:

Atualmente, tudo que lancei como Isabelle Morais pode ser lido gratuitamente nos links abaixo:

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