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  • #14 - Janeiro: Magos e worldbuilding e 47 dias lendo um livro.

#14 - Janeiro: Magos e worldbuilding e 47 dias lendo um livro.

Você pode ler as edições publicadas na tinyletter aqui!

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Em 2022, vou mudar o esquema da newsletter um pouquinho. Eu sei que não tem nem um ano desde que comecei, mas analisando tudo o que vai acontecer ao longo deste ano, achei que o melhor é já reorganizar.

A ideia, agora, é ter uma newsletter mensal, toda última segunda-feira do mês, com novidades, recomendações e sempre uma coisinha relacionada ao que estou trabalhando ou ao que já publiquei. Se houver alguma notícia ou algo importante ao longo do mês, teremos edições extraordinárias, mas elas serão direcionadas apenas às notícias. É isso!

Vamos à nossa nova roupagem.

Nessa newsletter, você encontra:

  • No que estou trabalhando: Shitty Wizards e onde habitam

  • Leituras do mês e TBR de Fevereiro

  • Músicas e Séries do último mês

No que estou trabalhando: Shitty Wizards e onde habitam

Teve um momento específico dos últimos dois anos de pandemia que eu estava rodeada de magos bostinha - como eu traduzo carinhosamente o termo shitty wizards. Fosse em Dragon Age Inquisition, fosse em uma história no twitter, fosse no manuscrito da Laura que eu estava betando, fosse no drama chinês que estava vendo. Eles estavam em todos os lugares. E eu percebi o quanto eu AMO esse arquétipo específico, que é uma pessoa que pratica magia que é extremamente poderoso e faz muita MERDA. É isso, às vezes é por ambição, às vezes é por preguiça, às vezes é porque acha que é a coisa certa e entra numa espiral de más decisões que só pioram a situação. Pense no Howl, no Raistlin Magere, no Solas, no Wei Wuxian.

Ao mesmo tempo, eu comecei a refletir sobre todas as pesquisas que eu precisava fazer para entender as histórias chinesas de Wuxia e Xianxia que estava assistindo e lendo, e em como para os chineses isso é normal (inclusive recomendo demais esse texto da Tor sobre as lições que dá para tirar de danmeis). São as histórias com as quais eles cresceram, os conceitos são tão comuns para eles quanto a ideia de uma fada madrinha transformando uma abóbora em carruagem são comuns para nós. Daí comecei a pensar muito na Diana Wynne Jones e no que mais amo nela: ela não explica as coisas. Ela parte de um imaginário que ela supõe que o público dela tem e constrói sua história ali em cima, introduzindo a ambientação com uma frase bem simples.

"Na terra de Ingary, onde coisas como botas de sete léguas e mantos de invisibilidade existem, é um verdadeiro infortúnio ser a mais velha de três irmãs."

Pronto.

Você já sabe exatamente o que está por vir e aceita qualquer coisa que ela te apresentar, de casas que andam sozinhas a um doutor em literatura jogador de rugby que virou mago e fugiu da sua realidade porque não aguentava mais.

Foi o suficiente para eu decidir que iria trabalhar em algo com magos e com essa construção de mundo que se baseia em coisas que os leitores JÁ conhecem. A partir daí, as histórias/sinopses vieram assim, de uma vez. Estou trabalhando nessa ideia nos intervalos (que ultimamente são poucos kkkk), mas tive uma epifania de todos os pontos de enredo importantes da primeira das três histórias - em que Voski, um mago da floresta que é conhecido por roubar corações, acaba criando uma confusão gigantesca (para variar) e a única pessoa capaz de ajudá-lo é Zarina, sua maior rival e maga da cidade vizinha à região onde ele mora.

No meu planejamento inicial, essa era uma história para 22, mas pelo andar da carruagem, só sai de 23 em diante (veja a newsletter anterior para mais infos sobre o cronograma desse ano). Mas tem sido divertido demais pensar nela e trabalhá-la nesse esquema de só dar a dica e deixar o leitor preencher a lacuna da forma que ele achar melhor, com as experiências dele e as referências que ele tem. Sei que não é um tipo de worldbuilding que agrada todo mundo, mas é um que amo muito. E o Voski e a Zarina são divertidos demais de trabalhar, espero que vocês possam conhecê-los em breve.

(Ah, eu em geral não tenho a prática de compartilhar trechos de coisas que estou escrevendo porque tem muitas mudanças da primeira versão até a final, mas se vocês quiserem ver o processo, posso começar a postar trechos dos rascunhos 0 e do rascunho 1 do que estou trabalhando! Só respondam a essa newsletter dizendo se têm interesse ou não).

Leitura de Janeiro e O que vou ler em Fevereiro

Esses últimos meses tem sido uma LOUCURA, então estava desde o dia 12 de dezembro lendo o mesmo livro: From Blood and Ash (Saiu em português como De Sangue e Cinzas pela Galera e está disponível no Scribd). Esse livro faz o completo oposto do que mencionei na seção anterior: ele quer explicar um monte de coisa para a gente que NÃO É RELEVANTE NAQUELA PARTE!!! Eu detesto worldbuilding desse jeito e demorei aproximadamente 30 dias só nos primeiros 40% e quase desisti, mas ainda bem que não, porque os 60% restantes são excelentes. Já dá para ver a merda que vai acontecer de longe e chegou uma hora que eu devorei as páginas porque queria saber COMO a protagonista ia reagir ao que estava completamente óbvio. O final é divertido demais e eu estava gargalhando já, livro com incrível uso de facadas românticas.

Para fevereiro, eu espero conseguir ler mais, então estou fazendo uma TBR para compartilhar com vocês. O primeiro livro que quero ler e já devo começar hoje é o Big Bad Wolf, da Suleikha Snyder, do qual já falei anteriormente aqui. Depois, quero ler o Just My Type, de Lucy Bexley e Bryce Oakley, uma novela curtinha de vampiras lésbicas. A seguir, na listinha de prioridade, tem Love Hypothesis, de Ali Hazelwood, que várias pessoas das quais confio no gosto leram e amaram. Por último, a edição em inglês de MDZS, que se tudo der certo vai chegar na minha casa antes do fim do mês.

Vocês já leram algum desses? O que acharam? Tem algum livro que vocês gostariam que eu lesse nos próximos meses? Só responder o email com a recomendação.

Destaques do Mês

  • Os Wombats lançaram um album novo, o Fix yourself, not the world e como SEMPRE, eles acertaram. Minhas favoritas: If you ever leave, I'm coming with you; Everything I love is going to die; Method to the madness.

  • O Ghost lançou uma música nova e anunciou album novo! Enfim, ansiosa e aguardando que seja um belíssimo album romântico com o demônio como Eu-lírico.

  • O Franz Ferdinand e o Muse também lançaram músicas novas e eu fiquei me sentindo em 2007, sei lá AHAHAH.

  • Comecei a assistir O rei de porcelana (ou The King's affection, em inglês), drama coreano que está na Netflix e como é BOOOM. É um romance com identidades trocadas, tramas políticas, assassinatos e afins, do tipo que eu gosto MUITO. O protagonista é o príncipe herdeiro - que na verdade é a sua irmã gêmea, que deveria estar morta - e o principal interesse romântico é o tutor real, que é um médico e estudioso que é bem fiel aos próprios princípios e tipo, em um episódio já fica arrastando uma asa GIGANTE pelo príncipe, é muito bom, eu o amo. Como é uma história genderbent, fiquei com medo de acabarem passando o pano dizendo AH ERA UMA MULHER O TEMPO TODO, MAS pelo que eu vi e me disseram, o príncipe se sente mais confortável com a expressão de gênero masculina do que a feminina e isso é abordado na série, então estou animada para chegar nessa parte! Enfim, recomendo demais.

  • A Noveletter abriu para receber originais! Até o dia 06/03 estamos esperando seu original de romantasia. Leiam o edital diretinho e boa sorte!

Onde encontrar minhas histórias?

Atualmente, tudo que lancei como Isabelle Morais pode ser lido gratuitamente nos links abaixo:

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